Líderes indígenas e comunidades tradicionais elaboram carta pela preservação da Amazônia e legado de Chico Mendes

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G1
Redação
19 de novembro de 2021
Amazônia brasileira

 

Carta conta com participação de representantes do Comitê Chico Mendes, do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, líderes indígenas e de comunidades tradicionais da Amazônia

Líderes indígenas , Comitê Chico Mendes, Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e representantes dos povos da floresta e comunidades tradicionais elaboraram uma carta durante o Encontro Amazônia: Terra, Território e Mudança Climática, realizado em Xapuri, interior do Acre, em favor da proteção da Amazônica e do legado de Chico Mendes.

A elaboração da Carta Xapuri foi feita durante a Semana Chico Mendes, que termina no próximo dia 22.

O encontro ocorreu entre os dias 16 e 18 em Xapuri e contou com a presença também de líderes de organizações sociais e populares do Brasil e da Bolívia. A Carta foi lida e aprovada por quem particou dos debates.

“Foi uma carta construída pelas organizações presentes no encontro, Comitê Chico Mendes e o CNS com participação dos parceiros convidados. Após a Semana Chico Mendes vamos sentar para encaminhar essa carta para ver quais as estratégias que estarão por trás. Vamos fazer logo após a finalização da semana”, destacou a presidenta do comitê e filha de Chico Mendes, Ângela Mendes.

Os representantes abordaram esses pontos:

  • Ações de retrocessos governamentais no Brasil e em outros países Amazônicos, de pressão à terra, ao território, a biodiversidade e aos modos de vida de povos indígenas e comunidades tradicionais que vivem nas e das florestas.
  • Os retrocessos que atuam para a flexibilização das legislações socioambientais, o desmonte das políticas que garantem o direito e à posse da terra e do território a povos e comunidades indígenas, tradicionais, camponesas e quilombolas, obrigando-as, em muitos casos, a vender ou fugir para as periferias das áreas urbanas. Também estabelecem medidas públicas favoráveis à mineração e ao desmatamento na região amazônica, para o agronegócio e a extração ilegal da madeira, com impactos sociais, ambientais, culturais e a vida de todos, e principalmente de quem vive nas florestas;
  • Efeitos dessas ações governamentais contribuem para a crise climática, afetando diretamente mulheres, juventude, crianças e toda humanidade. Exigimos dos governos políticas e ações mais eficazes, adequadas para combater os efeitos das mudanças climáticas, com medidas de adaptação, mitigação e respeito à ancestralidade de povos indígenas, comunidades quilombolas, comunidades tradicionais e camponesas;
  • Defendemos a terra, o território, o fortalecimento de políticas públicas para a agricultura familiar e a produção da sociobiodiversidade na Amazônia, para que povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e camponesas possam ter uma vida digna para usufruir o bem-viver na Panamazônia;
  • Reafirmação do legado de Chico Mendes e compromisso de continuar a cuidar da nossa vida e da vida das florestas e da biodiversidade;
  • O protagonismo das mulheres amazônidas, mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres quilombolas, mulheres ribeirinhas, mulheres extrativistas, historicamente silenciadas e invisibilizadas, temos um marco no processo de luta e resistência na garantia ao direito a terra e ao território;
  • Garantir vida justa para todas. Exigir espaço e o fim da violência e de toda opressão. Lutar por nossa terra livre para semear, queremos o bem viver;
  • A juventude em diálogo com as lideranças do passado que lutaram e garantiram os territórios, segue articuladas na luta pois os direitos conquistados não são garantidos, é necessário seguir alerta. Os jovens não são jovens do futuro, somos jovens do presente e queremos espaço para atuar em defesa da nossa casa maior, nossa mãe Terra.
  • Aliança dos povos da floresta segue unificada, além da nossa articulação com organizações indígenas, camponesas, ribeirinhas, quilombolas, extrativistas, bem como com as instituições, academia e atores sociais de todos os países amazônicos, para fortalecer a nossa luta em defensas das florestas e das vidas.

 

“Ainda não mandamos para as entidades assinarem. Ainda não temos o número de entidades que devem assinar, vamos enviar a carta”, concluiu.

Texto original disponível em: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2021/12/19/lideres-indigenas-e-comunidades-tradicionais-elaboram-carta-pela-preservacao-da-amazonia-e-legado-de-chico-mendes.ghtml

 

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